
Mas não devemos pensar que os bebês não guardam lembranças. Claramente, eles se recordam de fatos no momento – como são seus pais, ou que se deve dizer “por favor” para sua mãe lhe dar doces. Isso é chamado de memória semântica, responsável por nossos conhecimentos acerca do mundo.
Até em algum momento entre as idades dois e quatro, no entanto, as crianças não possuem o que é chamado de memória episódica, ou seja, memória sobre os detalhes de um evento específico. Essas lembranças são armazenadas em várias partes da superfície do cérebro, ou córtex. Por exemplo, a memória do som é processada no córtex auditivo, nos lados do cérebro, enquanto a memória visual é gerida pelo córtex visual, na parte de trás.
Se você pensar em seu córtex como um canteiro de flores, há várias delas espalhadas por toda a cabeça. A região responsável por unir cada uma delas em um buquê é o hipocampo. Nessa analogia, a memória efetiva é o buquê – o padrão neural de ligações entre as partes do cérebro onde as lembranças são armazenadas.
Então por que crianças geralmente não registram episódios específicos até a faixa etária de dois a quatro anos? Pode ser porque é quando o hipocampo começa a “amarrar” os fragmentos de informação. E isso tem uma razão: a memória episódica pode ser desnecessariamente complexa em um momento em que a criança está aprendendo como funciona do mundo.
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