Protótipos do dispositivo ainda não foram otimizados para armazenar quantidades de memória significativas, mas se mostraram eficientes em ambientes que seriam danosos a aparelhos fabricados de forma tradicional. A invenção é construída a partir de uma liga líquida dos metais gálio e índio, inserida dentro de um gel que tem como base a água, semelhante ao recurso usado em pesquisas biológicas.
A possibilidade de utilizar a invenção em ambientes repletos de água, e a biocompatibilidade do gel utilizado abrem diversas possibilidades de uso futuro. A mais promissora delas é a capacidade de inserir dispositivos em seres vivos, criando sistemas que interagem com células, enzimas e técnicas. Dickey afirma que “tais propriedades podem ser usadas em sensores biológicos ou para criar ferramentas de acompanhamento médico”.
Memórias do futuro
A novidade funciona como um verdadeiro memristor (combinação de memória e resistor), apontado pelos pesquisadores como uma possível segunda geração de tecnologias para memórias. Os componentes individuais da memória em forma de gelatina possuem dois estados, um que conduz eletricidade e outro em que tal propriedade é desligada.Tais estados podem ser mudados de forma a representar os números 0 e 1 utilizados na linguagem binária. Para evitar que o dispositivo se tornasse resistivo à eletricidade, os cientistas responsáveis pelo projeto “doparam” um dos lados do gel utilizado com um polímero que impede a formação de superfícies oxidadas estáveis. Assim, ao menos um eletrodo sempre se mantém condutivo, garantindo a capacidade de armazenar dados.
O trabalho que descreve a descoberta foi disponibilizado no dia 4 de julho através do site Advanced Materials. Até o momento, a novidade permanece um experimento restrito a laboratórios, e não há previsão de quando uma tecnologia do tipo deve começar a ser empregada de forma efetiva na construção de computadores.
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