Um novo estudo descobriu que um golpe na cabeça não é a única lesão que pode tornar um jogador de futebol um pouco lento e confuso.
Uma simples torção no tornozelo ou uma tensão no joelho também podem afetar a forma como os atletas se saem em um teste de computador de atenção, memória e tempo de reação, geralmente usado para gerenciar concussões.
Nos últimos anos, os médicos ficaram cada vez mais preocupados com as consequências de concussões, especialmente em atletas jovens.
Ferimentos na cabeça podem causar tonturas, problemas de memória e dificuldade de atenção, sintomas que geralmente desaparecem dentro de algumas semanas.
Porém, quando os atletas tentam voltar a treinar muito rapidamente após uma lesão, correm o risco de uma doença rara, mas perigosa, chamada “síndrome do segundo impacto”, que acontece quando alguém ganha um segundo ferimento na cabeça antes de curar completamente o primeiro.
Uma forma dos médicos gerenciarem concussões e decidirem quando os atletas estão prontos para voltar a jogar é usando um teste de computador que mede a velocidade e precisão de uma pessoa com palavras, símbolos e padrões de problemas.
Um mau desempenho no teste dá aos médicos uma dica de que o atleta pode ainda estar sofrendo os efeitos de uma lesão na cabeça.
No novo estudo, os pesquisadores realizaram o teste de computador em 72 atletas de futebol americano, hóquei e lacrosse.
18 atletas tinham sofrido uma concussão nos últimos três dias, outros 18 estavam afastados recentemente por uma lesão muscular ou de tendão, e os outros 36, utilizados para comparação, estavam sem lesões.
Como esperado, os atletas com concussões se saíram piores no teste do que os atletas não feridos, com tempos de reação mais lentos e pior memória e atenção.
No entanto, aqueles que tinham sofrido uma lesão no músculo ou no tendão também se saíram pior no teste do que o grupo de comparação saudável, e sua pontuação geral caiu entre a dos atletas sem lesão e os com ferimento na cabeça.
Isso sugere que pode haver outros fatores que afetam atletas além de ter batido a cabeça. Tais fatores poderiam incluir a frustração dos atletas por estarem feridos, ou outras respostas emocionais à lesão.
Outra possibilidade é que a dor e o desconforto das lesões podem realmente fazer com que os atletas pensem menos claramente.
Os pesquisadores afirmam que os resultados não são de todo surpreendentes, e que o teste de computador é apenas uma ferramenta que os médicos usam para monitorar um ferimento na cabeça. Com certeza é possível gerenciar uma concussão sem ele.
A pesquisa mostra a importância de observar o “quadro geral” de um atleta, e ressalta a necessidade de maiores estudos na forma como qualquer tipo de lesão pode afetar suas habilidades de pensamento, e o que isso significa em termos médicos.
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